História
Pacatuba é um município brasileiro do
estado de Sergipe. A bela história da fundação do município de Pacatuba, a 116
quilômetros de Aracaju, mereceria um estudo à parte. Como dizem os
historiadores a respeito das terras que compõem esse município, ele está
assentado em um vasto planalto, de onde se goza um delicioso panorama.
Antes mesmo da chegada definitiva em
terras sergipanas dos portugueses, em 1590, acredita-se que os índios
tupinambás já tinham, por aquelas bandas de Pacatuba, uma relação comercial com
franceses.
No início de 1600, já se tinha notícia de
um forte aldeamento na confluência do Rio Poxim do Norte com o Betume. Quem
comandava aquele povoamento era o cacique Pacatuba. Quando Cristóvão de Barros
invadiu Sergipe, cumprindo ordens do Governo da Bahia e de Felipe II da
Espanha, que reinava em Portugal, deu-se uma matança generalizada. Todos os
maiores recursos militares teriam sido usados. Cristóvão venceu os poderosos
caciques Baepeba, Serigy e Siriry.
Para a maioria dos historiadores, antes
que as colunas de Cristóvão de Barros chegassem à região do São Francisco, os
caciques Japaratuba e seu irmão Pacatuba acabaram se entregando aos portugueses
e pedindo paz. Mas outros estudiosos discordam e acreditam que Cristóvão
encontrou resistência sim, e venceu por conta da força militar.
Depois
da Conquista Portuguesa
As terras da aldeia de Pacatuba foram
anexadas à sesmaria de Pedro de Abreu Lima. Por volta de 1640, padres Jesuítas
começam a levantar uma capela no aldeamento. Mas, em 1732, por ordem do Marquês
de Pombal, os jesuítas foram expulsos e a missão religiosa, com todas suas
terras em Pacatuba, foi entregue aos padres Capuchinhos. Em 1810, eles
terminaram a construção da capela do povoado, e a dedicaram a São Félix de
Cantalício.
Por causa das férteis terras para a
cana-de-açúcar, o povoamento crescia rápido. Existem documentos que afirmam que
em 1808 já existiam por lá cerca de setecentos índios. O resultado é que, em 6
de fevereiro de 1835, uma lei provincial criou a Freguesia de São Félix da
Pacatuba. O atual município de Japoatã estava incluído aí. Menos de trinta anos
depois, a 13 de maio de 1864, a freguesia passava à vila. Mas a independência
de Pacatuba só aconteceu na prática em 2 de maio de 1874, isto é, dez anos
depois, quando se libertou do município de Vila Nova, que hoje é Neópolis.
Em 23 de novembro de 1910, os pacatubenses
foram surpreendidos com a criação do município de Jaboatão, hoje Japoatã,
localizado na antiga missão jesuítica de Riacho do Meio. A reação em Pacatuba
foi forte. População e autoridades não encontravam motivos para a perda daquele
território. Várias representações foram feitas ao comando de Sergipe. A pressão
foi tanta que o novo município de Jaboatão não chegou.
Um
Golpe e o Desfecho
A Lei Estadual 960, de 20 de outubro de
1926, transferiu a sede do município de Pacatuba para Jaboatão, ficando a
cidade de Pacatuba reduzida à condição de povoado de Jaboatão. A reação das
autoridades da vila também foi forte, mas desta vez não adiantou muito.
Pacatuba passou quase doze anos como povoado. A luta dos pacatubenses era
constante. Mas só em 28 de março de 1939, voltou Pacatuba à sua antiga condição
de município, embora o distrito de paz continuasse em Jaboatão. Essa situação
permaneceu até 1943, quando seu nome foi modificado de Pacatuba para Pacatiba,
por conta da duplicidade dos nomes de vilas brasileiras.
Só em 25 de novembro de 1953, Pacatiba foi
transformada em cidade, sendo desmembrada de Japoatã e o nome voltando a ser
Pacatuba. O município livre e independente só foi instalado em 31 de janeiro de
1955, quando foi empossado o seu primeiro prefeito, Manuel Ricardo dos Santos
e, também, constituída sua Câmara de Vereadores.
O
Golpe de 1926
Em novembro de 1926, autoridades do então
povoado de Japoatã, lideradas por Ananias Melo, informaram ao presidente do
estado, Maurício Graccho Cardoso, que um jornal, o Município, de propriedade do
intendente de Pacatuba, Sancho Moura, havia publicado um artigo contra Graccho
Cardoso.
O presidente, mesmo sem ver o artigo,
baixou um decreto transferindo a sede do município para Japoatã. Graccho ainda
mandou uma escolta policial para prender o chefe de Pacatuba e trazê-lo para
Aracaju. Sancho, ex-deputado estadual e coronel da Guarda Nacional, saiu da
prisão e foi para o Rio de Janeiro, onde morreu em 1959.
Liderados por Antônio de Sá Travassos,
mais de uma dezena de autoridades de Pacatuba conseguiu em 8 de outubro de
1929, devolver ao povoado a categoria de cidade. Mas, por conta da Revolução de
30, a instalação do município acabou sendo frustrada. Porém, um filho de
Pacatuba que morava em Santos, Francisco de Barros Melo, o Barrinhos, amigo
pessoal do governador Arnaldo Garcez, conseguiu enfim deixar o município
independente no dia 25 de novembro de 1953.
Código
de Posturas de Pacatuba
Em vários municípios, os intendentes por
volta de 1900 criaram códigos de posturas, uma espécie de constituição
municipal para organizar a vida nas vilas. Em Pacatuba um dos códigos foi
elaborado por um cidadão de grande importância na história do município, Sancho
Moura. A seguir, alguns trechos do
Longo Código de Posturas do Município de
Pacatuba, datado de 11 de março de 1912.
“Os proprietários ou inquilinos das casas
são obrigados a varrerem o terreno fronteiro às suas habitações nos sábados à
tarde, deixando o lixo para o zelador das ruas apanhar. Pena: 10$ de multa ou 2
dias de prisão. ”
“Os lampiões distribuídos
convenientemente, deverão estar todos acesos em qualquer estação, logo ao
recolher do Sol e apagados ao clarear da manhã conservando a luz o maior grau
de intensidade. Nas noites de luar, o serviço de iluminação deverá estar feito
um quarto de hora antes do recolher da Lua”.
“Ficam expressamente proibidas vozerias
nas ruas, em horas de repouso, bem assim orgias, cantarolas e batuques, ainda
que em casas fechadas, quando perturbarem o sossego público. Excetuam-se os
divertimentos e as reuniões permitidas pela polícia. Os infratores serão
penalizados com prisão de três dias e o dono da casa com multa de 10$000”.
“São proibidas as sentinelas a indivíduos
falecidos de moléstia contagiosa e, em caso de outras moléstias, as rezas
cantadas em altas vozes. Os infratores serão dispersados e presos por dois
dias”.
“É proibido dar tiros dentro das vilas,
salvo em dias festivos”.
“São proibidos jogos em qualquer casa, bem
como nas ruas, praças, etc.... com exceção do bilhar, gamão, dominó e outros
semelhantes”.
“É proibida a divulgação ou publicação de
pasquins contra terceiros. Pena de 20$ de multa”.
“É proibido mendigarem pelas ruas do
município pessoas reconhecidamente aptas para o trabalho. Pena de 24 horas de
prisão”.
Por
que São Félix de Cantalício?
Existe uma lenda que Félix tinha nascido
nas proximidades da aldeia de Pacatuba. Tendo se tornado frei, começou a fazer
sua carreira religiosa como prisioneiro dos índios. Sua insistência era tanta
pela catequese, que os índios “convertidos” resolveram levantar uma capela em
sua homenagem.
Mas a história da Igreja Católica conta
que São Félix nasceu em 1515, na Itália, no seio de uma família muito católica
de agricultores. O curioso é que o apelido de seu pai era Santo e de sua mãe
era Santa. Desde cedo o menino Félix despertou para a vida religiosa. Entrou
para um convento Capuchinho. Depois de estudar muito e passar por vários
seminários, acaba se ordenando.
Durante cerca de quarenta anos, o povo de
Roma viu passar todos os dias pelas ruas da cidade o pequeno frei Félix,
recolhendo em sacolas restos de pão e verduras, para depois distribuir com os
mais pobres, principalmente as crianças abandonadas. Sua dedicação pelos mais
pobres e seu fervor foram decisivos para a sua santidade.
Pacatuba
hoje
Região - Norte de Sergipe População -
Cerca de 13 137 Atividades econômicas - Agricultura, coco, peixe e petróleo.
Possui uma área de 363,761 km² (IBGE).
Pacatuba está localizada no litoral norte do estado de Sergipe, estando a 116
km de Aracaju. Devido à sua localização, Pacatuba dispõe de uma rica flora e
fauna, tendo sido descoberto, recentemente, o Pantanal de Pacatuba, com características
semelhantes ao Pantanal do Mato Grosso do Sul. Há ainda uma extensa faixa de
praias praticamente desertas, onde se pode encontrar, inclusive, um navio
bombardeado na Segunda Guerra Mundial.
Conteúdo de origem do
site: Wikipédia, a enciclopédia livre.
0 comentários:
Postar um comentário